Ameaça dos
Navios aos Veleiros de Cruzeiro
O
tema que agora abordaremos, para nos é o mais importante
e também o mais perigoso para os velejadores de cruzeiro.
No
decurso de nossa viagem, e nas inúmeras entrevistas, questionamentos
via internet, ou mesmo nos artigos que temos escritos para as revistas
e periódicos nacionais temos sempre colocado, que pirataria
ou tempestades, não representam tanto perigo para os cruzeiristas
a vela quanto os navios cargueiros.
A
pirataria e evitar navegar pelas áreas de risco, e
quanto as tempestades, só velejar quando não na temporada
destas. Entretanto quanto a navios não há solução.
Nossa
experiência com este tipo de coisa sempre foi das mais complexas
e os exemplos que temos conhecimento, e mesmo vivenciamos são
os piores possíveis, o que nos levou a compor uma teoria
que acabou vindo se confirmar na pratica.
Em
1998 quando navegávamos de Tonga para Nova Zelândia,
em comboio com mais 3 veleiros, um destes foi literalmente atacado
por um navio cargueiro.
Em
1999, quando chegávamos a costa Australiana, na altura do
inicio da grande barreira de corais, em frente ao farol de Lady
Elliot reef, sofremos um ataque de um cargueiro, que não
fosse a presença de espírito, hoje não estaríamos
aqui escrevendo o presente texto.
Em
2000 cruzando o Mar de Arafura, no Golfo de Carpentária,
ao norte da Austrália, vivemos outra experiência nefasta
com navios e são incontáveis os casos de cargueiros
que atacam veleiros, sendo o mais triste, o conhecido caso do veleiro
MELINDA LEE, posto a pique nas costas da Nova Zelândia.
O
que leva aos veleiros de cruzeiro a serem caçados pelos navios
cargueiros..?????
Com
os anos de cruzeiro, a troca de experiências e idéias
com outros cruzeiristas e recente experiência vivida num grupo
da internet no Brasil, confirmamos o nosso pensar a respeito desta
questão.
Normalmente
os comandantes e tripulantes dos navios cargueiros, são pessoas
que vivem muito tempo no mar, porem tem suas residências em
terra, onde estão seus familiares, e na maioria das vezes
nas grandes cidades, afetos aos descalabros e mazelas que as modernas
urbis impõem a seus habitantes.
Habituados
as coisas e calma dos mares este choque quando no retorno a cidade,
impõe uma revolta e uma forma de psicopatia começa
a se formar dentro das mentes destes homens, os induzindo as piores
barbáries, e dentro destas está a caça aos
veleiros de cruzeiro.
É
até fácil de entender, pois os cruzeiristas a vela são vistos por
estes como tudo aquilo que sempre pensaram ser no mar e como estão
envoltos pelo manto da revolta afrontam de forma total contra estes.
Por
vezes o Capitão é o próprio mandante, outras
vezes o primeiro oficial é o responsável, porém na
maioria das vezes é o timoneiro a noite, na ausência
do superiores que vai a brincadeira mórbida do gato e rato!!!!!!
No
caso do veleiro MELINDA LEE a tripulação ainda ficou
a popa e rindo da amurada , apreciando o naufrágio do veleiro
!!!!!
Quando
na Austrália, na cidade de Mooloolaba, onde estivemos por
duas temporadas, aguardando o passar da temporada de furacões
no Pacifico, vimos o barco camaroneiro de um amigo nosso chegar
ao porto todo avariado, após ser atacado por um cargueiro
com fotos e outros, onde aparecia a tripulação se
rindo.
Os
casos são inúmeros e nos lembramos de um cruzeirista
americano, oficial aposentado a Guarda Costeira daquele pais, que
possuía a bordo material bélico capaz de afundar qualquer
cargueiro em pouco tempo e se dizia feliz se algum investisse contra
seu veleiro.
O
fato é que os cruzeiristas estão se preparando para
enfrentar esta nova e terrível ameaça, e em 2001 na polinésia francesa já ocorreu o primeiro incidente, quando
um cargueiro teve sua ponte toda metralhada e obviamente tal fato
foi reportado as autoridades com ato de pirataria, isto no meio
cruzeirista sabe-se bem o que aconteceu.
A
verdade é que se torna muito perigoso velejar em rotas de
navios, e as desculpas destes são inúmeras, não
ter rapidez de manobras, quando eles não querem, não
poderem diminuir a velocidade, exceto para admirar e rirem do estrago
feito, e por ai se vão as incontáveis mentiras para
justificar tal fato.
Nossa
experiência no Brasil se houve de forma não direta
com os navios e sim com um Capitão aposentado da Marinha
Mercante, que veio a comprovar nossa teoria, pois desde sua entrada
no Grupo de velejadores que participávamos foi o eterno caçar
aos velejadores, acabando por ser excluído do Grupo, a exemplo
do que acontecera em outros anteriormente.
Era
literalmente um psicopata e sem condições alguma de
viver em sociedade, obviamente admirado pelo reduzido numero de
mentes alienadas como a sua.
Este
tipo de comportamento é exatamente o mesmo quando os navios
caçam os veleiros, o que veio a confirmar in toten a nossa
teoria.
Assim
e para evitar tais situações é que temos adotado
algumas posturas que podem trazer sucesso.
1-
Nunca confiar em hipótese alguma em navios
2- Ao ver as primeiras luzes de um navio mudar imediatamente o rumo
e escafeder-se
3- Os navios na maioria das vezes atacam a noite, porém há
casos de ataques durante o dia a veleiros. Durante a noite de preferência
apagar as luzes de navegação ao evadir-se e monitorar
o navio pelo radar, os veleiros que não possuírem
este instrumento o fazerem no visual
4- Normalmente os navios ao se prepararem para o ataque aos veleiros
sempre apagam suas luzes
5- Se perto do litoral de imediato se demandar a este, os navios
face a seu grande calado não se acercam de locais de pouca
profundidade
6- Evitar confronto e utilização de armas de fogo.
O velejador de cruzeiro na sua grande maioria adotou este estilo
de vida justamente para se afastar das mazelas e deteriorização
da sociedade, e estaria com tal ação de revide tornando
aquilo que serviu de base para viver em seu veleiro.
As
autoridades navais, na sua grande maioria, tem conhecimento destes
atos e em alguns países as investigações são
sérias, em outros, bem, fica difícil.
O
importante é sempre estar com as antenas bem ligadas e ao
ver navio pular fora, pois eles são imprevisíveis.
Finalmente
todos os fatos e relatos que se conhecer a respeito do tema serem
amplamente divulgados a fim de minimizar esta vilania.
Ao
finalizarmos reiteramos, os navios mercantes, são os maiores
e piores problemas para os veleiros de cruzeiro.
João
Sombra
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