Ilhas Marquesas Ilhas Cook / Palmerston

Chegamos a Roratonga, capital do país denominado Ilhas Cook, no dia 24 de setembro de 1997. Este país é composto por 15 ilhas, divididas em dois grupos: as ilhas do Norte e as do Sul. Aí, é o último local da Polinésia onde se dança o "tamure" e, talvez, onde seja mais bem dançado. As Ilhas Cook fizeram parte da Nova Zelândia e conseguiram sua independência pacificamente. Hoje, são apenas auxiliadas administrativamente pelo governo neozelandês.

Em Rarotonga, todos se sentem muito à vontade, sem aquela sensação incômoda de ser estrangeiro. Aqui, a vida é barata, alimentação e frutas da época a bons preços. Uma dica importante é não deixar as Ilhas Cook com moedas, pois não se troca em nenhum outro lugar. Há moedas de cinco dólares e de circulação constante. A estadia em Rarotonga não pôde ser prolongada, face à estação de furacões que já estava chegando. Antes de sairmos rumo à Fidji, paramos em Palmerston, o paraíso do Pacífico Sul.

Palmerston é um belíssimo atol, constituído de cerca de vinte pequenos motus, sendo que só o maior deles é habitado. Sua história é simples e interessante. 'Há muitos anos, um marinheiro inglês aí chegou, gostou e fixou-se. Casou com uma jovem maori, constituindo a família Marsters, que proliferou. Mais tarde, algumas maoris foram para a ilha e se casaram com seus filhos. Antes de morrer, o inglês dividiu a ilha em quatro partes - uma para cada ramo de sua família - e orientou a todos sobre os casamentos entre eles, a fim de evitar a consangüinidade. Assim, foram sendo escolhidas as uniões.' Algumas vezes pode-se notar pequenos traços de albinismo entre seus habitantes. A divisão permanece até hoje, mas, quanto às uniões, já são diferentes em função de casamentos com estrangeiros.

Hoje, a ilha tem um conselho com um representante de cada família e um quinto membro designado pelo governo das Ilhas Cook, como voto desempatador, que até então nunca foi usado. Palmerston assemelha-se muito à Tetiaroa e aos atóis de Toamotus, mas mais bela. Uma barreira de corais é formada ao redor das ilhas como uma coroa, ora perto, ora longe, e com uma lagoa de águas azuis cristalinas, mais até do que em Rangiroa em seu interior. A caça submarina nesta ilha é fantástica. Aqui também há os chatos, só que mais mansos, em função da fartura de alimentos. Apanhávamos de tudo: garajubas, olhetes, olhos-de-boi, pampos. Descobrimos que os badejos não devem ser consumidos, pois estão envenenados com ciguatera. Acabamos nos acostumando a mergulhar no meio dos chatos. Aí é, indiscutivelemente, o sonho de qualquer caçador submarino.

Foi em Palmerston que vi, pela primeira vez, os caranguejos gigantes de coqueiro, conhecidos na Polinésia como "coconut crabs", animais pré-históricos, que nada têm a ver com os demais caranguejos. Com aproximadamente 50 centímetros, lembram mais as aranhas, com garras de caranguejo que, de tão poderosas, podem cortar de uma só vez um cacho de cocos que, ao caírem no chão, são abertos e comidos integralmente. A velocidade com que sobem no coqueiro é espantosa, apesar de lentos quando no chão, o que facilita apanhá-los. Porém, todo cuidado é pouco, deve-se prestar atenção onde existam restos de coco aberto e os buracos no chão. São animais de hábitos noturnos. Os "coconuts crabs" são uma excelente fonte de alimento, sua carne é saborosa (parecida com lagosta) e riquíssima em proteínas. Um deles alimenta cerca de cinco adultos.

Palmerston ficou gravada em nossas lembranças como o local mais belo, mais simpático e com a gente mais acolhedora. Quem fizer um cruzeiro pelo Pacífico Sul e não conhecer Palmerston, não conheceu o paraíso. Daqui, rumamos para a Ilha de Niue.


João Sombra

 


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