O VELEIRO E A ALMIRANTA
O texto que apresentamos
em tela, diz respeito a afinidade ou não, das Almirantas com os
nossos amigões.
Na verdade é um acumulo
de experiências e histórias que tomamos
conhecimento e acabaram por nos dar uma diretriz, do porque o gostar
ou não das Almirantas do maridão, que deveria ser dela também.
A fim de colocarmos bem
o tema e ser de forma melhor entendido, imaginamos algumas historias
que se acercam em muito da verdade dos fatos.
Então vamos a elas...
Fernando, desde sua
juventude, curtia a vela e o velejar em sua plenitude. Iniciara com
um Pinguin, depois o Lighting e o Soling. Participou ativamente de
muitas regatas, por varias vezes saiu com amigos no velejar em
cruzeiro. Enfim, era um amante da vela de forma plena.
Graduou-se em engenharia
mecânica, concurso feito para a Petrobrás, aprovado como engenheiro
de produção. Apareceu a oportunidade de trabalhos da empresa no
exterior, faturando em dólares.
Já casado, a Almiranta
exultante com o progresso profissional do maridão, agilizava as
contas e os investimentos levados a efeito no Brasil.
E Fernando acaba por
adquirir seu belíssimo veleiro 47 pés novo em folha e equipado com a
mais moderna tecnologia, no que tange a eletrônicos e equipamentos.
A Almiranta acompanha de
perto toda esta volúpia de Fernando pelo amigão. Todavia, não
conhecia nada de vela ou mar, pelo qual sempre deteve certo grau de
medo. Mar só na praia para se bronzear e curtir o sol e os amigos no
gostoso bate papo.
E chega o tão esperado
dia da saída no veleiro, comprovar tudo aquilo que o maridão apunha
de ser o velejar algo fantástico e inesquecível.
Na véspera a arrumação
do lanche,tudo do bom e do melhor, queijos, patês, tira-gostos
especiais, e ainda as bebidas, refrigerantes para o casal de filhos,
Cláudia com 10 anos e Fernadinho com 7 anos.
A cerveja gelada, o
vinho branco separado para a Almiranta, aquele que ela mais gosta,
enfim tudo nos conformes.
O sábado de lua cheia,
amanhece ventando. As forcas da lua atuando na natureza. O sol de
verão mas o mar grosso.
Tal fato nem e levado a
analise de Fernando que ainda se põe mais feliz face a poder testar
o amigão melhor, com orcas forcadas e a diversão plena.
Na saída da Marina, já
com a storm sail a pora e a grande no segundo riso, o amigão em
disparada, 7 a 8 nos aquela orca comandando a velejada. Dentro da
cabine algumas coisas voam, e a Almiranta já assustada, não só com o
veleiro, mas com Fernandinho já enjoado e Cláudia
branca de pavor. Sua prole esta em risco!!!
Fernando diz que e assim
mesmo, depois acostumam. São marinheiros de primeira viagem, diz
rindo e curtindo o amigão a valer.
Mas a Almiranta já está
em fase de luz vermelha.seus filhos passando mal, e não esta mais
interessada em veleiro ou velejar quer urgente retornar a terra.
Pede, implora, chora e
por fim Fernando a contra gosto aquiesce e volta a Marina.
O farnel caprichado,
inteiro intocado e ofertado aos funcionários da Marina, que passam a
olhar o veleiro do Dr. Fernando com aquele especial carinho.
Em casa aos pés de Nossa
Senhora de Fátima, a Almiranta, comovida, agradece a sua Santa
protetora ter salvo a ela e seus filhos da morte no mar.
E, promete nunca mais
por os pés em um veleiro, nem morta!!!!
Capistrano, filho de
militar, o quarto da série de sete, conheceu
a vela quando o pai servia na Fortaleza de São João, no Rio de
Janeiro.
Achou o velejar notável
e passou a curti-lo na medida do possível, pois vela era coisa para
milionário, como dizia seu Pai o Coronel
Pádua.
Assim, só conseguia
velejar em barcos pequenos e sonhava entrar em um veleiro de
cruzeiro.
Certa vez fora convidado
por um amigo de seu Pai a ir até a Angra dos
Reis no veleiro deste, e jamais esqueceu a aventura vivida. Sonhava
com ela sempre que podia.
Formou-se em Medicina,
fez cursos especializados e se tornou um obstetra da melhor cepa.
Conceituado no seu meio profissional com dos mais destacados, acabou
juntando e fazendo economias para construir o seu amigão.
Partiu para a construção
amadora com um notável assessor lá de Santa Catarina, que também
tinha uma empresa de teares e construía veleiros e maquetes pr
encomenda. Era dos mais destacados conhecedores de construção
amadora à época, o que fez a Capristano economizar em muito.
A Almiranta de inicio
ficara meio preocupada com aquele investimento, mas aos poucos
começou a acompanhar o amigão nas suas idas a Santa Catarina, a fim
de ver como andava a construção do amigão.
Foram 4 anos e o amigão
estava pronto para ir a água. Acertou com o seu agora amigo e não
mais assessor que levou o veleiro para o Rio de Janeiro, Marina da
Glória, o cartão de visitas náutico do Rio e justo quando ocorria o
maior evento náutico sul americano, o Rio Boate Show.
Já na Marina, durante a
semana Capistrano sempre na hora do almoço ia lá, fazia uma refeição
rápida e conhecia os funcionários da Marina, tratando inclusive da
saúde deles e atendendo em seu consultório gratuitamente seus
familiares. Isto acabou tornando-o muito estimado e por conseqüência
seu amigão sempre bem tratado. E foi colocando seu amigão nos
trinques. Os amigos ou ele próprio quando ia ao exterior sempre
trazia um eletrônico para o amigão, e aproveitava para ver e
conhecer mais sobre os melhores produtos náutico e as novidades do
mercado.
Devagar fora colocando
tudo de acordo e a Almiranta passara aos finais de semana a dormir
no veleiro atracado no pier. Gostara da idéia, e deixando os filhos
com a baba, viva noite de lembranças da lua de mel no veleiro que só
trazia alegrias e bons momentos vividos com Capistrano.
E a Almiranta começou a
questionar, quando iriam velejar.
O maridão sempre
colocando que faltavam ainda alguns finalmentes de segurança e foi
empurrando com a barriga ate que a Almiranta não pensava em outra
coisa senão velejar.
Finalmente, num sábado,
de quarto minguante, as forcas da natureza todas desaparecidas. O
mar passado a ferro, vento zero, calor de rachar, mês de janeiro,
ele diz a Almiranta, E Hoje Mor!!!! Pega o Jorginho, que e o mais
velho, o farnel já esta preparado no barco, tudo arrumado ontem a
tarde.
E lá sai o veleiro da
Marina da Glória pela primeira vez, no motor e a genoa panejando com
a mestra. O vento era tão fraco que pena de urubu nem levantava do
chão.
Jorginho corre de lá
para cá no deck, vai a proa e volta, mexe em tudo e pergunta sobre
tudo, e tome de sorvete, guaraná, sanduíche e tudo mais que sempre
gostou. Esta feliz da vida como nunca.
A Almiranta feliz em ver
a felicidade de seu menino, e tomando sua cervejinha gelada, começa
a achar notável este lance de andar de veleiro.
Só que o barulho do
motor incomoda e sem vento a coisa e muito monótona.
Capri, vamos da outra
vez sair com vento, ok benzinho!!!! E tome de smack no maridão.
Ao cair da tarde, o sol
dourando tudo e todos, Jorginho já dormindo de tao cansado, o
barquinho retorna a Marina. Aquele momento intimo, gostoso, intimo e
diferente.
E ao chegar na Marina já
no pier, começa a conversar com o maridão.
-
Bem, Capri, ali vamos colocar isto aqui mais isto e mais aquilo,
vamos dar um toque mais feminino, tenho uma amiga arquiteta que vira
comigo durante a semana acertar as coisas. Almofadas com cores mais
alegres um boa mesa de mogno desmontável no cockpit, igual à de
nosso vizinho, bla bla bla!!!
Cláudio, finalmente
conseguira depois de muito esforço e sacrifício, comprar seu sonhado
veleiro. Sempre fora caroneiro do veleiro dos amigos.
Casado de novinha
sonhava com sua Almiranta ‘a proa. Cá entre nos uma Almiranta de
fechar o comercio, e Cláudio a imaginava com aquele biquini
maravilhoso, que deixava a rapaziada do Clube de boca aberta, ela
toda bronzeada e dourada pelo sol do fim de tarde. Quadro este que
pintara e não saia de sua mente. Seriam momentos jamais esquecidos.
Entretanto, o veleiro
todos os sábados, domingos e feriados, o veleiro passou a ser o
concorrente da princesa.
- Cláudio, vamos hoje a
casa da Mamãe, hoje e domingo e estão já reclamando que ha muito
tempo não vamos lá, antes do barco íamos sempre!!!
- Vai lá Mor, tenho que
ir no veleiro, hoje não da, um amigo vai lá me ensinar a mexer no
computador com as cartas digitais e não posso perder esta
oportunidade. Dá aquele abração a todos, Tchau que já estou
atrasado!!!
E lá vai a Almiranta
para a casa da Mamãe, uma arara e sozinha.
-
Oi filhinha, tudo bem, que cara feia e esta, e cadê o Cláudio...
-
Ta lá no tal veleiro, não pensa em outra coisa. Agora ate a noite em
casa não sai do computador. Um tal Sombra, um velho aposentado que
esta fazendo a volta ao mundo meteu na cabeça dele que e fácil e ele
não pensa noutra coisa a não ser nesta maluquice.
- Veja só Mamãe se isto
tem cabimento, coisa de gente maluca e irresponsável!!
E nesta o Sombra, entrou
pelo buraco, sentenciado, culpado e executado!!!
- Gostar até que gosto
das velejadas, mas tenha dó Mãe, prisão nem morta!!!
Assim, o importante e
cativar, criar um vínculo, fazer do amigão o maior aliado e amigo
das Almirantas. Ser o caminho do dialogo, da afinidade e do prazer
comum. Este é o rumo.
Vejam se a historia do
Cláudio tivesse outro enredo.
-
Cláudio vamos à casa da Mamãe, que faz tempo não aparecemos por lá e
já estão reclamando.
-
Claro Mor, e sempre aquela alegria conversar com o Sogrão, que aliás
esta curtindo, que está adorando participar do Grupo do Sombra na
Internet, esta ate lendo os livros deles, lá comprou todos!!!
Depois no final de
tarde, vamos todos no Clube para fazermos o Happy Hour no cockpit do
amigão. Eles voltam e agente curte a noite por lá...
Beleza Morzinho, vou
mostrar a todos nosso barquinho!!!
O importante e ter
sempre a Almiranta como aliada, sócia em tudo, e ver que o amigão e
mais um vinculo de ligação no casal e não um concorrente. E dar
sempre de Capistrano, ir de vagar, com jeito, fazer
crescer a amizade da Almiranta pelo amigão.
Nada de forçar barra, de
criar antagonismos e dissabores face estar no amigão. Este deve e
sempre o elemento aglutinador de toda a família e o prolongamento do
carinho e amor dedicado a Almiranta.
E dai, a Almiranta da a
volta ao mundo, vai até Marte, pois o veleiro
e dela também e tudo a ele referente diz diretamente a ela também.
João Sombra
Março de 2005 |