O REMAR
Um viajante
caminhava pelas margens de um grande lago de águas cristalinas e
imaginava uma forma de chegar até o outro lado, onde era seu
destino.
Suspirou, profundamente, enquanto tentava fixar o olhar no
horizonte. A voz de um homem de cabelos brancos quebrou o silêncio
momentâneo, oferecendo-se para transportá-lo. Era um barqueiro.
O pequeno barco envelhecido, no qual a travessia seria realizada,
era provido de dois remos de madeira de carvalho. O viajante olhou
detidamente e percebeu o que pareciam ser letras em cada remo. Ao
colocar os pés empoeirados dentro do barco, observou que eram mesmo
duas palavras. Num dos remos, estava entalhada a palavra acreditar
e, no outro, a palavra agir.
Não podendo conter a curiosidade, perguntou a razão daqueles nomes
originais dados aos remos.
O barqueiro pegou o remo, no qual estava escrito acreditar, e remou
com toda força. O barco, então, começou a dar voltas sem sair do
lugar em que estava. Em seguida, pegou o remo em que estava
escrito agir e remou com todo vigor. Novamente, o barco girou em
sentido oposto, sem ir adiante.
Finalmente, o velho barqueiro, segurando os dois remos,
movimentou-os ao mesmo tempo e o barco, impulsionado por ambos os
lados, navegou através das águas do lago, chegando, calmamente, à
outra margem.
Então o barqueiro disse ao viajante:
– Este barco pode ser chamado de autoconfiança. E a margem é a meta
que desejamos atingir. Para que o barco da autoconfiança navegue
seguro e alcance a meta pretendida, é preciso que utilizemos os dois
remos, ao mesmo tempo e com a mesma intensidade: agir e acreditar.
E você? Está remando com firmeza para atingir a meta a que se
propôs?
E, antes de movimentar o barco, verifique se os remos não estão
corroídos pelo ácido do egoísmo.
Depois de tomar todas essas precauções, siga em frente e boa viagem.
Nós estamos navegando e precisamos da sua ação, pois, desta maneira,
poderemos juntos ajudar a mudar a face do cruzeiro a vela em nosso
país e chegarmos à outra margem do rio.
João Sombra
Nova Zelândia, outubro de 2011 |