Segundo as
informações que recebemos através de leitura de livros, conversas
com o povo da ilha, ouvindo histórias e relatos, e que
apresentamos o presente texto.
A Ilha de Margarita
foi descoberta por Cristóvão Colombo em sua 3ª Viagem, por volta
de 1498.
O nome Margarita se
deve como homenagem a Infanta Margarita da Áustria que se casaria
mais tarde com o Príncipe Don Juan de Espanha.
As descobertas das
grandes pérolas pelos espanhóis, nas águas de Margarita, levaram a
de forma rápida a se instalarem na ilha e as exportando para a
Espanha, de forma implorativa e durante décadas. Hoje pouco
existe, ou quase nada destas grandes pérolas.
Atualmente a ilha
pertence ao Estado Venezuelano de Nova Esparta e tem seu grande
ponto de desenvolvimento através do turismo nacional e muito maior
a nível internacional.
Com uma população
estimada de 300 mil habitantes, tem uma superfície de
aproximadamente 1000 Km2.
Sua
topografia é montanhosa e apresenta um relevo bem interessante e
muito peculiar, sendo possível avistar a ilha cerca de 15 a 20
milhas desta.
Possui uma
temperatura média de 28ºC durante todo o ano, tendo seus tempos de
chuva localizados nos meses de janeiro e novembro, sem grandes
aguaceiros. Os demais meses são de muito sol e muito calor,
propícios aos turistas que a Margarita afluem.
A primeira
informação que recebemos de Margarita como excepcional local para
estarmos na Temporada de Furacões do Caribe se houve através de
nosso amigo Álvaro, em Grenada.
Posteriormente nosso mano Chicão do TRITON, que fez sua viagem
volta ao mundo e uma parte, a partir de Langkawi juntos, nos
reportava ser um local extraordinário de se estar.
Nossas
dúvidas foram se dissipando e com informações de nosso mano Mário
do REDBOY, e outras informações através dos escritos do
cruzeirista André Homem de Mello, acabamos definido ser nosso
local de estar durante a Temporada de Furacões no Caribe, que
este ano vem com muita forca face a ser ano de El Nino.
As
previsões informam haver possibilidades de serca de 15 furacões,
sendo que 5 destes muito violentos. O início das atividades dos
Furacões está prevista para os meados de maio, obviamente podendo
ocorrer um pouco antes ou depois.
As
informações recebidas de outros cruzeiristas internacionais nos
colocaram mais tranqüilos e decidimos estar em Margarita.
Hoje temos
a absoluta certeza de termos adotado a solução correta.
Chegamos a
Margarita ao final de Março, desconfiados, ancoramos numa pequena
enseada na cidade de Juan Griego. Propositadamente, pois sabíamos
se tratar de um local com muitos pescadores.
A máxima
adquirida em mais de 10 anos viajando pelo mundo prevalece, Se
tiver de confiar em alguém no mar, faça com os pescadores.
Lá se
encontrava outro veleiro, aliás o único, tendo a bordo Didier e
sua esposa brasileira e bahiana Carol, com quem de imediato
estabelecemos a primeira das muitas amizades que se sucederiam em
Margarita.
No segundo
dia em Juan Griego, já estávamos com nosso hermano Luis,
Coordenador do Grupo Argentino Navegando por el mundo e seus
amigos, que através dele se houve um somatório de conhecimentos e
amizades na Venezuela e na ilha da princesa. Somos participes do
Navemundo desde que estávamos em Bali e o Grupo se iniciava.
Felu Sambu,
conhecido como O Gordo, Junacho, nosso vizinho de Marina, que nos
apresentava a outros seus amigos e nos auxiliou em muito nas
descobertas das potencialidades náuticas do local.
Waleska e
Robert, com sua pequena Val[eria e Lunita, os pais de Waleska e sua
prestimosa amiga Teresa viriam a ser nossa família por estes
lados. Através destes fomos fazendo outras amizades em progressão
geométrica.
Margarita tem praias belíssimas, algumas propícias ao esporto
náutico, conhecidas internacionalmente, como é o caso de Yaque,
conhecida como dos melhores locais do mundo para prática do Windsurf e Kite.
Todavia,
todas tem seus pontos de chamamento e peculiaridades distintas, e
são inegavelmente de real e cativante beleza.
As cidades
de Pampatar e Porlamar são as mais expressivas, diríamos que estão
hoje unidas, fazendo uma só e grande cidade, onde se localiza um
comércio muito variado, hotéis, centros comerciais, restaurantes
internacionais, boites e discotecas super modernas e o maior
Shopping Center do Caribe o Sambil.
Por ser
Porto Livre, em Margarita pode-se adquirir produtos
internacionais, sem taxas ou impostos, o que nos leva a ter sempre
boas opções, mesmo nos artigos náuticos.
Um dos
mais destacados cruzeiros pelo Caribe se faz exatamente saindo de Margarita e em qualquer época do ano, já que não está afeto a
Temporada de Furacões. Trata-se do tour de Margarita até Aruba,
passando por Branquilla, Los Roques, Tortuga, Las Aves, Bonaire, e
Curacao.
Pretendemos fazer este percurso a partir de agosto.
Em
Margarita na Cidade de Chaquachacara tem um excelente estaleiro,
com travelift e slipway, onde pretendemos em junho tirar o
GUARDIAN da água para fazermos a pintura venenosa. Os custos do
estaleiro são bem baratos.
Aprendemos
que o melhor para evitar os piratas da costa venezuelana e se
navegar pelo dia, nunca à noite, e se mantendo em contato direto
com a Guarda Costeira que possui lanchas potentes, rápidas e muito
bem equipadas. Aqui na Marina de Hilton, e base de um grupamento
da GCV, com cerca de 12 destas embarcações e com quem temos
conversado constantemente.
Ainda temos muito que conhecer Margarita nos próximos meses, não
obstante estas primeiras impressões foram altamente favoráveis.
DADOS PARA
CRUZEIRISTAS
O ideal e
chegar durante o dia e na Baia de Concórdia, onde se situa a
Marina Juan, não é uma marina e tão somente um pier de desembarque
de dingues. Juan é um despachante que de forma rápida e eficiente
faz os papeis de entrada no pais, a burocracia, ao custo de R$
100,00 por passaporte. incluído a documentação do veleiro.
O visto de
entrada dá direito a 3 meses com extensão para mais 3 meses.
O veleiro
pode estar 180 dias, ao final deste prazo deve sair e estar fora
de águas da Venezuela durante 45 dias.
A Marina
de Juan, como colocamos acima, é uma ancoragem onde normalmente
estão em média 80 veleiros. Todavia não é muito segura, havendo
furtos de dingues e até mesmo nas embarcações.
O local
mais seguro neste lado da Ilha é a Marina Hilton, que por estar ao
lado do Hotel Hilton, leva este nome, mas nada tem com o famoso
hotel.
A
segurança é o ponto alto e no local dos veleiros não há
eletricidade, mas a água é gratuita e quanto se desejar.
O custo da
Marina é bem baixo para os padrões brasileiros, pagamos por mês
pelo GUARDIAN com seus 43 pés, R$ 380,00, e quanto mais tempo se
pagar adiantado mais cai o preço mensal.
Hoje
recomendamos aos cruzeiristas que pelo Caribe vierem a passar a
Temporada de Furacões, a Ilha de Margarita, por sua tranqüilidade
e beleza, o que nós cruzeiristas sempre buscamos.
PS, Procuramos
apresentar imagens que falassem melhor de Margarita ao invés de
apresentar um velho barbudo e seu veleiro que todos já conhecem
sobejamente... hehehehe...
João Sombra
Abril 2007