CONVERSANDO SOBRE
CRUZEIRO À VELA IX
O tema desta conversa
nesta 5ª feira versará sobre a compra de seu veleiro no exterior,
para aqueles que desejam fazer sua viagem volta ao mundo e ainda
gastar menos na aquisição de seu amigão.
Em nosso primeiro
livro da série Guardian, desde há muito esgotado, na formatação
tradicional, mas a disposição para donwload em nosso site,
www.guardianboat.com.br, O GUARDIAN
VELEJANDO O PACÍFICO, dissertamos detalhadamente como se houve a
compra de nosso amigão, aquele seu Xará, o GUARDIAN.
A época não havia a
disponibilidade de Internet, que viria, anos mais tarde, facilitar a
procura e o achar do veleiro desejado, no Brasil ou no exterior.
Utilizávamos o sistema
de FAX, e selecionávamos o veleiro desejado de se conhecer e
partíamos então para a custosa atividade de campo.
Inicialmente pelos idos
de 1994, iniciávamos nossa procura no Brasil, quando vimos diversos
veleiros, mais notadamente na região sudeste e sul. A sua grande
maioria, sem bom trato, depenado e além de tudo caríssimos.
A prática em nosso pais,
já era aquela época, a de fazer gato por lebre, e se removiam
todos os eletrônicos e equipamentos do veleiro a venda. A tônica
era, e ainda o é, se for vender não será mais nosso, de sorte que a
manutenção era esquecida de forma total. O pensamento presente
era...
─ O dono
novo que se vire!!!
Como sempre a Lei de
Gerson, se fazia presente, o querer levar vantagem em tudo era
já naqueles tempos a tônica. Ou então...
─ O que e
meu vale muito e dos outros nada!!!
Estivemos desde Santa
Catarina até Salvador procurando e desejado veleiro e não
encontramos nada, mesmo porque naqueles tempos eram pouquíssimos os
veleiros no Brasil a venda, com mais de 40 pés.
Assim partimos para a
compra no exterior, face a maior quantidade e qualidade de opções,
bem como melhores preços.
A Europa com custos
superiores ao Brasil, a Austrália e Nova Zelândia, muito longe,
somente nos EUA e que havia condições para nós.
Assim, começamos a
empreender, em nossas férias, a pesquisa. Viajávamos ate lá para
conhecer bem o mercado.
De inicio notamos que a
costa leste era muito caro, a sul, a Flórida e adjacências, tinha
algumas coisas baratas, mas os melhores preços e opções se
localizavam na costa oeste, notadamente de Los Angeles até Chula
Vista, ao sul da Califórnia.
Detínhamos finalmente um
panorama do comércio de veleiros neste local, que muitos poucas
pessoas no Brasil conheciam.
Com o encerramento de
nossas atividades como arquiteto da CAIXA, partimos com armas e
bagagens para a Califórnia. Chegávamos lá por volta de novembro de
1995, temporada de inverno, onde já sabíamos pelas informações
levantadas anteriormente que os preços cairiam.
Através de um sistema de
planejamento que projetamos, e funcionou de forma perfeita, nos
primeiros dias de março de 1996, adquiríamos o GUARDIAN, por US$ 25
mil, equivalente a R$ 25 mil, pois o havia igualdade entre as duas
moedas.
Com o passar dos anos e
a viagem volta ao mundo, fomos adquirindo bastante experiência neste
mister, e sabendo detectar quando se trata realmente de algo bem
barato, a tal Galinha Morta.
A intenção era que no
futuro pudéssemos auxiliar aqueles irmãos brasileiros que viessem a
querer adquirir seu veleiro no exterior.
Nesta 2ª viagem,
recebíamos em nosso Grupo Yahoo Guardianboat, reiteradas
solicitações que se encontrássemos um veleiro barato no Caribe que
informássemos ao Grupo, GG como denominamos na intimidade.
Aqui em Margarita, ilha
no litoral norte da Venezuela, onde afluem muitos veleiros, advindos
do Caribe para aguardar o passar da Temporada de Furacões na área
caribenha, e onde estamos na Marina de Hilton, apareceu a tal
Galinha Morta.
Um veleiro Pearson 36
pés todo equipado e de porteira fechada, a sua venda. Ou
seja, tudo que estiver dentro permanece, sendo retiradas somente às
coisas pessoais do proprietário. Ferramentas diversas, maquinaria,
loucas, talheres, roupas de cama e banho, utensílios diversos, etc,
permanecem, além obviamente de todos os equipamentos e eletrônicos,
que não são poucos.
De imediato notificamos
a Grupo, e o que veio a ocorrer, nos dias que se seguiram foram dos
maiores absurdos que tomamos conhecimento. A falta de experiência,
do bom senso, e coisas similares acabaram por nos afastar de
qualquer questão que se relacionasse à venda do tal veleiro.
O absurdo chegou a seu
extremo quando um pseudocomprador solicitava ao proprietário que
levasse seu veleiro a São Paulo, e se gostasse compraria.
Afora estes e outros
detalhes, ainda sobraria para nós que fizéssemos fotos, relatórios,
tirássemos o veleiro d’água e outros tantos.
Bem, isto e serviço de
Broker (corretor), o que nunca foi, não e nunca será o nosso caso,
mesmo porque reiteradas vezes temos colocado que nosso GUARDIAN não
e um escritório de negócios sobre as ondas, como ocorre com a
maioria dos famosos cruzeiristas do Brasil.
Aliás sobre esta
colocação, se faz até de fundamental importância ressaltar, que os
tais ditos famosos, Jamais responderam ou mesmo incentivaram a quem
quer que seja a sair ao mar, e quando respondem eventualmente a
e-mails ou cartas o fazem através de assessores. Não estão
presentes em nenhum grupo na Internet, nem seu próprio, e nunca
ouvimos, nem de longe, que informassem aos interessados sobre
veleiros a venda, enquanto estavam fazendo sua viagem.
Uns escreveram sobre
suas infinitas conquistas amorosas, outro narra em seus livros
incríveis peripécias de dar inveja ao Homem Aranha, e há ainda
outros que adentram ao terrorismo náutico, temporais fantásticos e
piratas sanguinários, para vender seus livros, dando pernada no
editor que realmente contratou o livro, histórias que todos os
cruzeiristas no Brasil conhecem sobejamente.
Ainda a somar-se neste
caldeirão de vaidades e invejas, ainda existe uma tal associação de
cruzeiristas que poderia centralizar informações a respeito de
vendas de veleiros para seus associados, mas que esta tão somente
voltada para fazer Encontros Nacionais, que rendem fortunas, mas tão
somente para seus dirigentes e o Grupelho de Bracuhy. Enquanto isto
seus associados, pagam anuidade e ainda o numerário superior a
anuidade para participar do evento anual. Vale ressaltar que um gama
infinita de patrocinadores aparecem no evento, e os inocentes úteis,
vão sendo levados de roldão pelos Maracutaias.
De sorte que quando
fazemos, e sempre fizemos, exatamente ao contrario, vimos à
inocência da pia batismal aparecer, ou então, a má fé
sub-repticiamente aparecer.
Neste caso do Pearson,
se fossemos nós o desejado comprador, desde há muito tempo já
estaríamos em Margarita, conhecendo o veleiro a venda e ainda
pegando uma colher de chá de dormida no GUARDIAN do mano Sombra.
Mesmo porque, coisas deste tipo não aparecem sempre e muito menos um
Sombra para ajudar. Que aliás diga-se un passant, já esta
ficando cansado de servir de saco de inveja e outras mediocridades
por parte de cruzeiristas brasileiros, cruzeiristas de final de
semana, de copos de cerveja, e de varandas de clubes náuticos, que
pouco ou nada conhecem de cruzeiro e arrotam caviar de navegantes,
coisa que nós mesmos já com uma pequena experiência de mais de 11
anos fazendo a volta ao mundo nem pensamos em abordar.
Como o proprietário do
Pearson se tornou grande amigo nosso, e aparecendo de imediato
quatro possíveis compradores de nosso relacionamento no Brasil, a
coisa pode ser encaminhada na base da amizade para ambas às partes.
Se o dono do Pearson
colocasse este anúuncio na Internet, não temos duvida alguma que em
menos de uma semana o negócio havia sido efetivado.
Aquela velha história,
do Cavalo vazio, passando a nossa frente, com o nome de oportunidade
única. Isto não aparece sempre, e em alguns casos, somente uma vez
na vida. Ou se monta e sai-se a galope, ou se fica a ver
literalmente outro montar e rápido. Ficar alisando o pelo olhando
ferradura, e coisas deste tipo, quando se olhar outro já montou e se
mandou.
Nossa participação e
experiência adquirida através deste episódio, nos leva a reformular
nossa postura, se encontramos doravante algum veleiro a venda com
preço interessante, informaremos o e-mail do proprietário e pulamos
fora, desembarcamos literalmente do processo. Quem desejar que vá
ver in loco, pois o mínimo que poderá ocorrer é sermos
chamados de Sombra mentirinha.
Quando fomos comprar
nosso veleiro na Califórnia, não havia nenhum Sombra nos dando
informações, dicas e outros. Compramos nosso veleiro embasado e
planejamento que nos mesmos o fizemos, e fomos a nossa viagem
segundo também nosso próprio planejamento, e fomos colher a nosso
sonho de mais de 20 anos. As informações eram nenhumas, e por falta
destas e que escrevemos nosso livro sobre fazer o cruzeiro volta ao
mundo e suas dúvidas e dicas, o CONVERSANDO COM O GUARDIAN, o único
livro no Brasil, escrito por um cruzeirista que efetivamente tenha
feito a volta ao mundo, e não corrido em volta dele, que abre a
Caixa Preta, apresentando, custos, receitas e despesas.
Como a época e ainda
hoje, nossa palavra, o vocábulo permanente e DETERMINAÇÃO!!!
E nos lembrando de nosso
compadre e eterno Chefe Vital...
─ Ninguém
faz nada de que não esteja plenamente convencido!!!
João Sombra
Maio 2007
|