CONVERSANDO
SOBRE CRUZEIRO II
Não carece ser um
famoso navegador, ou um luminar náutico, para entender a influência
da Lua e suas fases, na navegação de cruzeiro a vela volta ao mundo.
Se bem, que conhecemos algumas destas figuras, que jamais souberam
desta arte.
Quando nos encontrávamos
no Hawaii, mais precisamente na Ilha de Oahu, em North Shore, na
Marina de Haleiwa, travamos conhecimento e posteriormente uma
excelente amizade, com o conhecido internacionalmente navegador
polinésio Nanoa Thompson.
Hawaiano tradicional,
que realizou numa réplica dos catamarãs polinésios e sem nenhum
instrumento a bordo, em sua HOKULEA, viagens até ao Tahiti e toda
Polinésia Francesa, chegando à terra de seus ancestrais, AOTEAROA, a
Terra da Longa Nuvem Branca, a Nova Zelândia, a terra dos Maoris.
Nanoa entre outras e
diversas informações que nos repassou sobre o velejar no grande
Pacifico, nos ensinou a observar a lua e suas fases, principalmente
na zona equatoriana, onde por razões óbvias, este astro exerce maior
influência sobre as águas na Terra.
Os polinésios, os
maiores e grandes navegadores, de todos os tempos, já haviam cortado
e singrado as águas do Pacífico, milênios antes dos grandes
descobrimentos. Sempre tiveram na Lua, alias como a maioria dos
povos indígenas de todo o mundo, o seu informativo de calendário,
sem segredos e sem erros.
No que tange a
navegação, a Lua dita normas de conduta que devem ser muito bem
observadas, principalmente por nós cruzeiristas internacionais que
optaram pela vida de verão o ano inteiro, já que nas altas latitudes
a influência desta bela dama, e pouca ou quase nenhuma.
A Lua exerce forte
influência nas marés, mais proeminentes em sua fase Nova e Cheia, e
de menores variações em suas fases de quarto, minguante ou
crescente.
Assim, e fundamental
também observar outro notável fator. Do crescente a cheia, e o tempo
de maior influência da Lua nas forças da natureza terrestre. Do
mesmo modo da cheia a crescente, e o tempo de menor influência da
Lua nas forças de nossa natureza.
Isto se aplica até aos
seres humanos e animais. Uns se exaltam mais facilmente no período
crescente, o corte do cabelo nesta época fortalece-o, os nascimentos
ocorrem mais nesta época. Neste aspecto, e até facilmente
entendível, face a bolsa d’água onde se encontra a nova vida,
sofrendo com a Mãe, influências da Lua. Tanto que e mais fácil e com
precisão mais rigorosa contar não pelos meses mais sim pelas Luas,
os nascimentos.
Entretanto, o fator
principal para nós cruzeiristas, se encontra na época do minguante.
As travessias, as passagens, ou estar em áreas afetas a Furacões. E
certeza absoluta, que estes fenômenos naturais ocorrerão com muito
mais freqüência na época do crescente.
Fazer sempre o Máximo
para realizar as grandes travessias na época do minguante, que vai
de 3 dias após a cheia até 3 dias antes da Nova. Aí está o grande
segredo, neste mister, dos navegantes polinésios.
Há muitas outras
técnicas de navegação polinésia que se fossemos dissertá-las,
acabaria em outro livro com diversos tomos. E, de escrever livros já
demos a nossa cota, são mais de 40 escritos. Como comenta nosso
super Patriarca e amigo MAGA;
─
Sombra, você escreve como um condenado!!!
Agora, super mano MAGA,
nem tanto, nesta 2ª viagem do GUARDIAN, escrevemos como quase
condenado.
Em nosso livro, O
PEQUENO GUARDIAN, uma novela embasada em histórias reais ocorridas
no Pacífico Sul, ouvidas quando por lá nos encontrávamos, que muitos
pensam se tratar de livro para crianças, e na realidade, se assim o
desejarem, um livro para crianças dos 8 aos 80 anos.
Para nós, e todo
escritor tem seu livro preferido, este o é. Nele brincamos, jogamos
com os sentimentos, e não há uma só vez que ao lê-lo não nos
encontremos em gostosas gargalhadas e, ou em momentos de lágrimas.
Sem querer passar por
vendedor, façam o tece, O PEQUENO GUARDIAN está no site oficial do
GUARDIAN a disposição, e por custo muito favorável.
Pois bem, neste livro,
há uma oportunidade, um trecho, em que o herói da narrativa, marca
sua posição na carta, sem auxilio de qualquer instrumento, tão
somente observando os astros. Exatamente como faziam os antigos
navegadores polinésios. E, checado pelos oficiais do navio, e mais
preciso e rápido.
Os antigos navegadores
polinésios se localizavam no mar pelos astros, tinham também um
pequeno instrumento de fácil construção, que colocados sobre as
ondas em uma determinada posição, informava o sentido do mar,
leia-se corrente, e suas mutações para as próximas 72 horas.
Pelo correr das nuvens,
que no Pacífico existem mais freqüentemente em cima das ilhas, uma
maneira até fácil de se orientar para alcançar terra, sabiam
detectar a força do vento, sua direção e suas mutações.
Enfim a navegação
polinésia é algo notável e extraordinário. Foi passada de geração em
geração, até o surgimento na área do homem branco, quando passaram a
preservar este segredo.
Morris West em seu O
NAVEGANTE, dá pinceladas neste mister. Nós escrevemos um livro,
exatamente sobre este tema denominado O SEGREDO DO NAVEGANTE, que
narra o relacionamento de um filho de um carpinteiro vindo com a
nave de Cook, colonizar o Hawaii, e faz amizade com o filho de um
grande navegante, que e expulso da comunidade por acreditarem ter
ele passado seus conhecimentos ao filho do colonizador.
Nesta história, além dos
aspectos humanísticos tecemos inúmeras vezes comentários sobre
aquilo que com Nanoa aprendemos. Infelizmente este livro se encontra
em fase de revisão geral e guardamos para num futuro o concluirmos
definitivamente.
Tivemos a honra e o
privilegio de recebermos de Nanoa Thompson, um exemplar de seu
livro, OCEANO EM MENTE, que reporta em seu titulo tudo o que se
trata sobre o velejar dos polinésios. Relata ele em detalhes, toda a
história de sua HOKULEA, e suas navegadas. Inclusive quando dela
saiu EDDYE AIKAU, para ir a terra e desapareceu, história que os
surfistas de todo o mundo a conhecem.
Terminando esta
conversa, deixamos dois exemplos de notáveis vivência deste
extraordinário povo.
Onde se originou os
catamarãs que hoje se encontra tanto em voga pelos cruzeiristas
internacionais...
Onde se originou e pela
primeira vez se ouviu falar dos homens que cavalgavam em ondas com
pedaços de madeira, hoje o surf conhecido internacionalmente...
Assim, irmãos e
Almirantas, futuros cruzeiristas, deixamos com vocês estas linhas
para reflexão, e sempre que possível, navegando em águas
equatorianas, o acompanhar a Deusa Prateada e suas fases, alem de
beleza e de fundamental importância.
João Sombra
Maio de 2007
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