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Desde 10.03.2006
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AS  PRINCIPAIS  ROTAS  INTERNACIONAIS  NO  CRUZEIRO  A  VELA

 

Este texto, que apresentamos nesta 5ª feira, se houve em função dos inúmeros e-mails que recebemos, solicitando-nos  informar e tecer comentários a respeito dos principais roteiros internacionais a serem levados a efeito num cruzeiro a vela pelo mundo.

Tal tema é até objeto de um livro que estamos a escrever, mais detalhadamente, sobre o tema, inclusive abordando os aspectos: tempo, físico e meteorológico, waypoints, econômicos e outros, de suma importância para os cruzeiristas internacionais.

A fim de tornarmos mais fácil o entendimento, estaremos dividindo os rumos em função dos Oceanos.

 

OCEANO ATLÂNTICO
 

Jangadas do Ceará

Iniciemos pelas rotas de saída do Brasil. A primeira delas, e mais conhecida, rumo ao Caribe, subindo o nordeste brasileiro, teremos algumas derivações. Ir até Fortaleza, no Ceará, e de lá direto para Trinidad. Outra alternativa é ainda subir, costeando, até o Amazonas e de lá, pelas Guianas, até Trinidad.

Há ainda aqueles que preferem ir mais acima de Trinidad, é uma questão de opção.

Ainda no Atlântico Sul, existe a rota para a África do Sul, sua saída pode ser feita, partindo do Rio de Janeiro, com um pit stop na ilha de Santa Helena e demandar, depois, direto para a África do Sul .

No Atlântico Norte, existem diversas rotas, abordamos tão somente as mais conhecidas:

1ª – Subindo o litoral americano pela intercostal, mais tranquila.

2ª – Subindo pelo litoral costa leste dos Estados Unidos.

3ª – Atravessando o Atlântico Norte, rumo Estados Unidos / Europa (Açores ou Continente).

3ª – Do continente Europeu, rumo ao Brasil, com pit stops nas  Ilhas Canárias e Cabo Verde, com chegada em Fernando de Noronha.

 

CARIBE

 

 

Ilha de Trinidad / Tobago

No CARIBE, são diversas as rotas. As mais tradicionais, chegar a Trinidad/ Tobago e subir até a Flórida/Miami. Outra também muito usada é subir até as Ilhas Virgens e depois descer até a Venezuela, Ilha de Margarita, ou no continente em Puerto La Cruz.

De Puerto La Cruz ou de Margarita fazer as ilhas venezuelanas e rumar para as ABC, Aruba/Bonaire/Curaçao, desde Aruba ou Curaçao demandar para a Colômbia e seguindo seu belo litoral aportar em Cartagena de Las Indias, daí  o sul panamenho, para visitar os índios Kunas e depois no litoral panamenho demandar até a Ciudad Colon e atravessar o Canal do Panamá .

Outra opção é seguir o norte caribenho Costa Rica/Cuba e litoral Mexicano até o Panamá e seu Canal.

 

OCEANO PACÍFICO

 

 

Ilha de Rarotonga - Ilhas Cook

Já no Oceano de Balboa, como também é conhecido o PACIFICO, a saída é da Ciudad Balboa, no Panamá, e no outro lado de seu Canal. Pode–se rumar para as Ilhas Galápagos ou as Ilhas Coco, de lá então para as Ilhas Marquesas, a Ilha de Nuku Hiva, o portal da Polinésia Francesa.

Das Marquesas, normalmente, se aproa para o arquipélago das Tuamotus, depois Tahiti/Moorea/Huahine/Raiatea-Tahaa/Bora Bora. Deste último ponto, diretamente para Rarotonga nas Ilhas Cook. Nas Ilhas Cook, existem diversas opções, as mais conhecidas são os atóis, Palmerston e Swarov.

Desde as Ilhas Cook, o tradicional rumo é Niue e depois ao norte de Tonga em Vavaaú.

No Reino de Tonga, descendo após Vavaaú, Haapai e chegando à Capital em Nuku Alofa, em Tonga Tapu.

De Tonga, normalmente, se demanda para a Nova Zelândia, podendo ocorrer um pit stop em Minerva Reef, norte e sul.

Da Terra da Longa Nuvem Branca, AOTEAROA, o rumo mais observado é demandar a Fiji, seguindo as ilhas da Melanésia Vanuatu/ Nova Caledônia, ou Ilhas Salomão e seguir para a Austrália costa leste.

Na Austrália, subir sua costa do sol, Queensland e a Grande Barreira de Corais, atravessar o Estreito de Torres e demandar a Darwin, o último porto australiano e rumar ao Sudeste Asiático.

 

 

OCEANO ÍNDICO

 

 

Ilha de Bali

No Sudeste Asiático, inicia-se a chegada por Kupang na Indonésia, o lado Timor Oeste, ou diretamente para Bali. No entanto, se poderá conhecer através da entrada em Kupang, as ilhas Flores/ Komodo e seus dragões/Sumbawa/Lombok e Bali.

Em Bali, normalmente, se decide, ou rumar pelas Ilhas Java e Sumatra demandando às Mentawais ou, rumando ao norte de Bali, demandar a Kalimanta e seguindo-se Cingapura.

Desde Cingapura, através do Estreito de Málaca, subindo o litoral da Malásia até à Ilha de Langkawi, de lá demandar a Phuket, na Tailândia.

Outra Rota muito usada é adentrar ao Golfo da Tailândia, desde Cingapura através do Mar do Sul da China, costeando a Malásia e suas ilhas até a entrada do rio de Bangkok.Desde sua capital, descendo até Pattaya, a cidade do pecado, demandando ao Cambodja/Vietnam/Corea/Taiwan/China/Japão.

Da Tailândia, Pukhet, fazendo as suas notáveis ilhas, demandar as Nicobar, Golfo de Bengala e atingir ao Sri Lanka em Galle, ao sul.

De Galle, duas opções, rumar para as Ilhas Maldíveas ou para a Índia. De qualquer destes objetivos, demandar ao Mar Vermelho.

Ainda, outra opção é de Bali demandar, via Chagos e Cocos Island, à Africa do Sul, contornando seu cabo e demandar ao Brasil.  

 

 

O GUARDIAN no Canal de Seuz

No Mar Vermelho, subir sua costa leste. Adentrando ao Golfo de Aden, demandando a Djibouti, após o Estreito de Ba-a-bel Mandab, subindo a costa da Eritreia, Sudão e o Egito até chegar à Cidade Suez, para atravessar seu Canal de Suez.

O Canal de Suez, feito em duas etapas: de Cidade Suez até Ismalia, no grande lago no meio do canal, e ,depois, o outro trecho, até Port Said, já no lado do Mediterrâneo.

 

 

MEDITERRÂNEO

 

 

Ilha de Creta

 

O Mediterrâneo, por se tratar de um mar especial, demos seu devido destaque. De Port Said, no Egito, se demanda para Israel, Chipre, Ilhas Gregas e ou Alexandria e Libia.

O rumo mais utilizado é aproar para as ilhas Gregas, mais especificamente, Rhodes e depois descer  por Karpatos até Creta, seu litoral sul, sua última cidade Paliohora e de lá para Malta.

 

De Malta, o rumo, normalmente adotado, é até a Sicilia, subindo seu litoral até o Estreito  de  Messina, montando-o, e demandar a Palermo. Deste porto, ruma-se a Sardenha ou ao litoral Italiano. Da Sardenha direto às ilhas Baleares, Maiorca e Minorca e sua Formentera, com a inesquecível Ibiza.

 

Normalmente, se direciona à Costa Azul da França através do último porto da Espanha, já que a navegação no Golfo de Leon é bem difícil, face aos efeitos de ventos e mar.

Das Baleares, se demanda à Costa do Sol espanhola, descendo até o Estreito de Gibraltar  e sua famosa The Rock. A seguir, é o estar e partir do Rio Guardiana em Portugal, o Algarve e contornando seu cabo sul, demandar a Cascais, Lisboa.

 

Estas são as principais rotas, havendo ainda desdobramentos no Atlântico Norte, a partir de Portugal. No Pacífico Sul e Norte com a costa oeste americana. Descendo ao México com sua Ensenada e o Mar de Cortez, demandando até ao Panamá ou rumar para as Ilhas Hawaii. 

 

Ainda no Pacifico Sul, as Samoas, Kiribati, Cristmas, Marshall e a Micronésia. Oura rota utilizada é ,via Polinésia Francesa Ilha Gambier, aproar para a Ilha da Páscoa, Hapa Nui, ganhar o sudoeste do continente americano até a Patagônia e atravessar o Cabo Horn.

 

No Pacifico Norte, demandando do Japão às Aleutas e de lá ao Alaska, Canadá, e descer a costa oeste americana. 

Não abordamos aqui os tempos e suas janelas para se navegar nestes rumos. Apenas colocamos as rotas mais observadas pelos cruzeiristas internacionais.

 

Aqueles que se interessarem em ter os dados completos, indicamos o livro do Jimmy Cornnell, Routes of the World, onde se encontram detalhadas as rotas e seus waypoints.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

João Sombra

Opua, Novembro 2010

 

 

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